tag:blogger.com,1999:blog-72448422024-03-12T22:57:48.032+00:00De verso em popaVersos e outras palavras ao sabor do vento...NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1108987483061621542005-02-21T12:03:00.000+00:002005-02-21T12:04:43.066+00:00Garcia de Resende<span style="font-style:italic;">Trovas que Garcia de Resende fez à morte de D. Inês de Castro, que el-rei D. Afonso, o Quarto, de Portugal, matou em Coimbra por o príncipe D. Pedro, seu filho, a ter como mulher, e, polo bem que lhe queria, nam queria casar. Enderençadas às damas.</span><br /><br />Senhoras, s'algum senhor<br />vos quiser bem ou servir,<br />quem tomar tal servidor,<br />eu lhe quero descobrir<br />o galardam do amor.<br />Por Sua Mercê saber<br />o que deve de fazer<br />vej'o que fez esta dama,<br />que de si vos dará fama,<br />s'estas trovas quereis ler.<br /><br /><br />Fala D. Inês<br /><br /><br />Qual será o coraçam<br />tam cru e sem piadade,<br />que lhe nam cause paixam<br />úa tam gram crueldade<br />e morte tam sem rezam?<br />Triste de mim, inocente,<br />que, por ter muito fervente<br />lealdade, fé, amor<br />ó príncepe, meu senhor,<br />me mataram cruamente!<br /><br /><br />A minha desaventura<br />nam contente d'acabar-me,<br />por me dar maior tristura<br />me foi pôr em tant'altura,<br />para d'alto derribar-me;<br />que, se me matara alguém,<br />antes de ter tanto bem,<br />em tais chamas nam ardera,<br />pai, filhos nam conhecera,<br />nem me chorara ninguém.<br /><br /><br />Eu era moça, menina,<br />per nome Dona Inês<br />de Castro, e de tal doutrina<br />e vertudes, qu'era dina<br />de meu mal ser ó revés.<br />Vivia sem me lembrar<br />que paixam podia dar<br />nem dá-la ninguém a mim:<br />foi-m'o príncepe olhar,<br />por seu nojo e minha fim.<br /><br /><br />Começou-m'a desejar,<br />trabalhou por me servir;<br />Fortuna foi ordenar<br />dous corações conformar<br />a úa vontade vir.<br />Conheceu-me, conheci-o,<br />quis-me bem e eu a ele,<br />perdeu-me, também perdi-o;<br />nunca té morte foi frio<br />o bem que, triste, pus nele.<br /><br /><br />Dei-lhe minha liberdade,<br />nam senti perda de fama;<br />pus nele minha verdade<br />quis fazer sua vontade,<br />sendo mui fremosa dama.<br />Por m'estas obras pagar<br />nunca jamais quis casar;<br />polo qual aconselhado<br />foi el-rei qu'era forçado,<br />polo seu, de me matar.<br /><br /><br />Estava mui acatada,<br />como princesa servida,<br />em meus paços mui honrada,<br />de tudo mui abastada,<br />de meu senhor mui querida.<br />Estando mui de vagar,<br />bem fora de tal cuidar,<br />em Coimbra, d'assessego,<br />polos campos de Mondego<br />cavaleiros vi somar.<br /><br /><br />Como as cousas qu'ham de ser<br />logo dam no coraçam,<br />comecei entrestecer<br />e comigo só dizer:<br />"Estes homens donde iram?<br />E tanto que que preguntei,<br />soube logo qu'era el-rei.<br />Quando o vi tam apressado<br />meu coraçam trespassado<br />foi, que nunca mais falei.<br /><br /><br />E quando vi que decia,<br />saí à porta da sala,<br />devinhando o que queria;<br />com gram choro e cortesia<br />lhe fiz úa triste fala.<br />Meus filhos pus de redor<br />de mim com gram homildade;<br />mui cortada de temor<br />lhe disse: -"Havei, senhor,<br />desta triste piadade!"<br /><br /><br />"Nam possa mais a paixam<br />que o que deveis fazer;<br />metei nisso bem a mam,<br />qu'é de fraco coraçam<br />sem porquê matar molher;<br />quanto mais a mim, que dam<br />culpa nam sendo rezam,<br />por ser mãi dos inocentes<br />qu'ante vós estam presentes,<br />os quais vossos netos sam.<br /><br /><br />"E que tem tam pouca idade<br />que, se não forem criados<br />de mim só, com saudade<br />e sua gram orfindade<br />morrerám desemparados.<br />Olhe bem quanta crueza<br />fará nisto Voss'Alteza:<br />e também, senhor, olhai,<br />pois do príncepe sois pai,<br />nam lhe deis tanta tristeza.<br /><br /><br />"Lembre-vos o grand'amor<br />que me vosso filho tem,<br />e que sentirá gram dor<br />morrer-lhe tal servidor,<br />por lhe querer grande bem.<br />Que, s'algum erro fizera,<br />fora bem que padecera<br />e qu'este filhos ficaram<br />órfãos tristes e buscaram<br />quem deles paixam houvera;<br /><br /><br />"Mas, pois eu nunca errei<br />e sempre mereci mais,<br />deveis, poderoso rei,<br />nam quebrantar vossa lei,<br />que, se moiro, quebrantais.<br />Usai mais de piadade<br />que de rigor nem vontade,<br />havei dó, senhor, de mim<br />nam me deis tam triste fim,<br />pois que nunca fiz maldade!"<br /><br /><br />El-rei, vendo como estava,<br />houve de mim compaixam<br />e viu o que nam oulhava:<br />qu'eu a ele nam errava<br />nem fizera traiçam.<br />E vendo quam de verdade<br />tive amor e lealdade<br />ó príncepe, cuja sam,<br />pôde mais a piadade<br />que a determinaçam;<br /><br /><br />Que, se m'ele defendera<br />ca seu filho não amasse,<br />e lh'eu nam obedecera,<br />entam com rezam podera<br />dar m'a morte qu'ordenasse;<br />mas vendo que nenhú'hora,<br />dês que naci até'gora,<br />nunca nisso me falou,<br />quando se disto lembrou,<br />foi-se pola porta fora,<br /><br /><br />Com seu rosto lagrimoso,<br />co propósito mudado,<br />muito triste, mui cuidoso,<br />como rei mui piadoso,<br />mui cristam e esforçado.<br />Um daqueles que trazia<br />consigo na companhia,<br />cavaleiro desalmado,<br />de trás dele, mui irado,<br />estas palavras dezia:<br /><br /><br />-"Senhor, vossa piadade<br />é dina de reprender,<br />pois que, sem necessidade,<br />mudaram vossa vontade<br />lágrimas dúa molher.<br />E quereis qu'abarregado,<br />com filhos, como casado,<br />estê, senhor, vosso filho?<br />de vós mais me maravilho<br />que dele, qu'é namorado.<br /><br /><br />"Se a logo nam matais,<br />nam sereis nunca temido<br />nem farám o que mandais,<br />pois tam cedo vos mudais,<br />do conselho qu'era havido.<br />Olhai quam justa querela<br />tendes, pois, por amor dela,<br />vosso filho quer estar<br />sem casar e nos quer dar<br />muita guerra com Castela.<br /><br /><br />"Com sua morte escusareis<br />muitas mortes, muitos danos;<br />vós, senhor, descansareis,<br />e a vós e a nós dareis<br />paz para duzentos anos.<br />O príncepe casará,<br />filhos de bençam terá,<br />será fora de pecado;<br />qu'agora seja anojado,<br />amenhã lh'esquecerá."<br /><br /><br />E ouvindo seu dizer,<br />el-rei ficou mui torvado<br />por se em tais estremos ver,<br />e que havia de fazer<br />ou um ou outro, forçado.<br />Desejava dar-me vida,<br />por lhe nam ter merecida<br />a morte nem nenhum mal;<br />sentia pena mortal<br />por ter feito tal partida.<br /><br /><br />E vendo que se lhe dava<br />a ele tod'esta culpa,<br />e que tanto o apertava,<br />disse àquele que bradava:<br />-"Minha tençam me desculpa.<br />Se o vós quereis fazer,<br />fazei-o sem mo dizer,<br />qu'eu nisso nam mando nada,<br />nem vejo essa coitada<br />por que deva de morrer."<br /><br /><br />Fim<br /><br />Dous cavaleiros irosos,<br />que tais palavras lh'ouviram,<br />mui crus e nam piadosos,<br />perversos, desamorosos,<br />contra mim rijo se viram;<br />com as espadas na mam<br />m'atravessam o coraçam,<br />a confissam me tolheram:<br />este é o galardam<br />que meus amores me deram.<br /><br /><span style="font-style:italic;"><br />Garcia de Resende, Cancioneiro Geral, V, 357-364</span>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1108912436900423122005-02-20T15:40:00.000+00:002005-02-20T15:59:53.206+00:00Cancioneiro GeralO <span style="font-weight:bold;">Cancioneiro Geral</span>, organizado por <span style="font-weight:bold;">Garcia de Resende</span> - homem de variadas aptidões - reúne as poesias compostas na segunda metade do Século XV - reinados de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel.<br />Apareceu, já impresso, no ano de <span style="font-weight:bold;">1516</span> e nele se contam 286 poetas com cerca de mil produções, algumas delas em castelhano. <br />Os poemas reflectem o ambiente palaciano e aristocrático em que foram criados e, a par de manterem algumas características do lirismo peninsular, denotam já <span style="font-style:italic;">influências de Dante e Petrarca</span>. <br />O <span style="font-weight:bold;">Cancioneiro Geral</span> inclui poesia amorosa, satírica, religiosa, histórico-épica e dramática.<br /><br /><img src="http://pwp.netcabo.pt/nelsonffpires/Cancioneiro.jpg"width="400" height="549" alt="página do Cancioneiro Geral"><span style="font-weight:bold;"></span><span style="font-weight:bold;"></span>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1093629059330296522004-08-27T18:45:00.000+01:002004-08-27T19:28:45.666+01:00Prosa - novelas de cavalariaOs primeiros exemplos conhecidos de textos escritos em prosa não podem, na verdade, considerar-se literários dado o seu teor burocrático e administrativo, perfeitamente compreensível se se tiver em conta que pouco mais visavam do que esclarecer quem detinha os direitos de posse sobre determinadas parcelas de terreno. Inicialmente redigida em Latim, essa prosa de carácter tabeliónico passou a ser escrita em Português no reinado de D. Dinis (1261-1325).
<br />
<br />Também nos mosteiros, particularmente de Alcobaça e de Santa Cruz (Coimbra), o Português foi progressivamente substituindo o Latim em textos anónimos, iniciados e prosseguidos por diferentes monges, que, através da descrição da vida de santos e de paráfrases da Bíblia, tinham como função promover as virtudes cristãs. Encontra-se já algum valor literário nesta prosa apologética e de edificação, embora a pluralidade de autores dum mesmo texto e o seu teor místico-religioso impeçam a identificação dum estilo e, sobretudo, originalidade na forma.
<br />
<br />Não originais mas dignas de menção pelo uso da língua portuguesa são as traduções de narrativas de feitos de cavaleiros. As novelas de cavalaria constituem, não apenas em Portugal, um dos primeiros exemplos de criação literária em prosa. Um dos casos mais populares de novela de cavalaria em Portugal viria, porém, a ser publicado só no início do séc. XVI e tem a particularidade de ser de autor desconhecido [<span style="font-style:italic;">mas geralmente atribuído a Vasco de Lobeira]</span>: Amadis de Gaula relata as aventuras dum cavaleiro corajoso apaixonado por uma dama que, no final, acabará por conquistar.
<br /><blockquote>
<br /><span style="font-style:italic;">Autoria: Alcides Murtinheira</span></blockquote>
<br />
<br /><blockquote><img src="http://www.escritoriodolivro.org.br/telas/rosto_amadis.gif"></blockquote>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1092088094073360492004-08-09T22:46:00.000+01:002004-08-09T22:48:14.073+01:00Cantiga de maldizerRoi Queimado morreu con amor
<br />en seus cantares, par Sancta Maria,
<br />por Da dona que gran ben queria:
<br />e, por se meter por mais trobador,
<br />porque lhe ela non quis ben fazer,
<br />feze-s'el en seus cantares morrer,
<br />mais resurgiu depois ao tercer dia!
<br />
<br />
<br />Esto fez el por üa sa senhor
<br />que quer gran ben, e mais vos en diria:
<br />por que cuida que faz i maestria,
<br />enos cantares que faz, á sabor
<br />de morrer i e des i d'ar viver;
<br />esto faz el que x'o pode fazer,
<br />mais outr'omem per ren' nono faria.
<br />
<br />
<br />E non á já de sa morte pavor,
<br />senon sa morte mais la temeria,
<br />mais sabe ben, per sa sabedoria,
<br />que viverá, des quando morto for,
<br />e faz-[s'] en seu cantar morte prender,
<br />des i ar vive: vedes que poder
<br />que lhi Deus deu, mais que non cuidaria.
<br />
<br />
<br />E, se mi Deus a mim desse poder
<br />qual oj'el á, pois morrer, de viver,
<br />já mais morte nunca temeria.
<br />
<br />
<br /><em>Pero Garcia Burgalês, CV 988, CBN 1380 </em>
<br />
<br />NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1092087869148888112004-08-09T22:43:00.000+01:002004-08-09T22:46:29.833+01:00Cantiga de EscárnioFoi um dia Lopo jograr
<br />a casa duü infançon cantar,
<br />e mandou-lhe ele por don dar
<br />três couces na garganta,
<br />e foi-lhe escasso, a meu cuidar,
<br />segundo como el canta
<br />
<br />
<br />Escasso foi o infançon
<br />en seus couces partir' enton,
<br />ca non deu a Lopo enton
<br />mais de três na garganta,
<br />e mais merece o jograron,
<br />segundo como el canta.
<br />
<br />
<br /><em>Martin Soarez, CV 974</em>
<br />
<br />NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1089295834221676402004-07-08T15:08:00.000+01:002004-07-08T15:10:34.220+01:00D. Joan Soares CoelhoNoutro dia, quando me despedi
<br />da minha Senhor, e quando ela me ouviu ir
<br />e não me falou, nem me quis ouvir,
<br />tão sem ventura foi que não morri,
<br />mas, se mil vezes pudesse morrer,
<br />menor seria a dor que ela me faz sofrer.
<br />
<br />E eu lhe disse: "me ouça, minha Senhor" !
<br />Olhou-me pouco e teve por mim desdém;
<br />e, sem me dizer nem mal nem bem,
<br />me deixou sofrendo, e com grande pavor,
<br />mas, se mil vezes pudesse morrer,
<br />menor seria o sofrimento de minha dor.
<br />
<br />E sei muito bem, eu que ela deixei,
<br />e dali me fui, que não me quis falar,
<br />e então quase morri de pesar,
<br />mas de pesar nuncam mais morrerei,
<br />pois, se mil vezes pudesse morrer,
<br />menor dor teria do que ela me faz sofrer.
<br />
<br /><em>D. Joan Soares Coelho</em>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1088951712896257662004-07-04T15:15:00.000+01:002004-07-04T15:35:12.896+01:00Mais de D. DinisProençaes soen mui ben trobar
<br />e dizen eles que é con amor;
<br />mais os que troban no tempo da frol
<br />e non en outro, sei eu ben que non
<br />an tan gran coita no seu coraçon
<br />qual m'eu por mha senhor vejo levar.
<br />
<br />Pero que troban e saben loar
<br />sas senhores o mais e o melhor
<br />que eles poden, soõ sabedor
<br />que os que troban quand'a frol sazon
<br />á, e non ante, se Deus mi perdon,
<br />non an tal coita qual eu ei sen par.
<br />
<br />Ca os que troban e que s'alegrar
<br />van eno tempo que ten a color
<br />a frol consigu', e, tanto que se for
<br />aquel tempo, logu'en trobar razon
<br />non an, non viven [en] qual perdiçon
<br />oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.
<br />
<br /><em>El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489</em>
<br />NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1088864702541148352004-07-03T15:23:00.000+01:002004-07-03T15:25:02.540+01:00Cantigas de Amor - D. DinisQuer'eu em maneira de proençal
<br />fazer agora un cantar d'amor,
<br />e querrei muit'i loar mia senhor
<br />a que prez nen fremusura non fal,
<br />nen bondade; e mais vos direi en:
<br />tanto a fez Deus comprida de ben
<br />que mais que todas las do mundo val.
<br />
<br />Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
<br />quando a faz, que a fez sabedor
<br />de todo ben e de mui gran valor,
<br />e con todo est'é mui comunal
<br />ali u deve; er deu-lhi bon sen,
<br />e des i non lhi fez pouco de ben,
<br />quando non quis que lh'outra foss'igual.
<br />
<br />Ca en mia senhor nunca Deus pôs mal,
<br />mais pôs i prez e beldad'e loor
<br />e falar mui ben, e riir melhor
<br />que outra molher; des i é leal
<br />muit', e por esto non sei oj'eu quen
<br />possa compridamente no seu ben
<br />falar, ca non á, tra-lo seu ben, al.
<br />
<br /><em>El-Rei D. Dinis, CV 123, CBN 485</em>
<br />
<br />NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1087404115677869952004-06-16T17:15:00.000+01:002004-06-16T17:41:55.676+01:00D. Dinis<em><u>Ai, flores, ai, flores do verde pino</u></em>
<br />
<br />Ai, flores, ai, flores do verde pino,
<br />se sabedes novas do meu amigo?
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />Ai, flores, ai, flores do verde ramo,
<br />se sabedes novas do meu amado?
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />Se sabedes novas do meu amigo,
<br />aquel que mentiu do que pôs comigo?
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />Se sabedes novas do meu amado,
<br />aquel que mentiu do que mi à jurado?
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />Vós me preguntades polo vosso amigo?
<br />E eu ben vos digo que é sano e vivo.
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />Vós me preguntades polo vosso amado?
<br />E eu ben vos digo que é vivo e sano.
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />E eu ben vos digo que é sano e vivo
<br />e seerá vosco ante o prazo saido.
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />E eu ben vos digo que é vivo e sano
<br />e seerá vosco ante o prazo passado.
<br /> Ai, Deus, e u é?
<br />
<br />
<br /> <img src="http://www.instituto-camoes.pt/cvc/literatura/cancddinis.jpg">
<br /><em>Fragmento de canções do rei D. Dinis,
<br />descoberto pelo Prof. Harvey L. Sharrer.
<br />IAN/Torre do Tombo.</em>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1086997361297152902004-06-12T00:20:00.000+01:002005-10-14T22:29:37.493+01:00Martin CodaxOndas do mar de Vigo,<br />se vistes meu amigo!<br />E ai Deus, se verrá cedo!<br /><br />Ondas do mar levado,<br />se vistes meu amado!<br />E ai Deus, se verrá cedo!<br /><br />Se vistes meu amigo,<br />o por que eu sospiro!<br />E ai Deus, se verrá cedo!<br /><br />Se vistes meu amado,<br />por que hei gran cuidado!<br />E ai Deus, se verrá cedo!<br /><br /><em>Martin Codax, CV 884, CBN 1227</em>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1086708396234901062004-06-08T16:26:00.000+01:002007-01-27T18:17:16.750+00:00D. Sancho I<u>Cantar de Amigo</u><br /><br />Ai eu coitada!<br />Como vivo en gram cuidado<br />por meu amigo<br />que ei alongado!<br />Muito me tarda<br />o meu amigo na Guarda!<br /><br />Ai eu coitada!<br />Como vivo en gram desejo<br />por meu amigo<br />que tarda e non vejo!<br />Muito me tarda<br />o meu amigo na Guarda!<br /><br /><img src="http://p.vtourist.com/1644686-Dom_Sancho_I_the_Se-Guarda.jpg" height="225" width="300" /><br /><ol style="color: rgb(153, 51, 0);"><span style="font-size:78%;">[Sé da Guarda]</span></ol>NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7244842.post-1086708297317501982004-06-08T16:22:00.000+01:002004-06-08T16:30:09.930+01:00O inícioEste é um blog criado para dar expressão a uma ideia antiga.
<br />No tempo áureo das rádios-pirata, na <em>«forte, farta, fria, fiel e formosa»</em> cidade da Guarda, tive a oportunidade de poder apelar à leitura, ler alguns poemas, falar de alguns escritores... num programa de um colega e amigo (olá, Emanuel), que me "cedia" uns minutos para o efeito.
<br /><strong>De verso em popa</strong> nessa altura... <strong>de verso em popa</strong> agora! Com os mesmos objectivos...NP66http://www.blogger.com/profile/08835884499138809943noreply@blogger.com0